Eu, leitora assídua da sapo Mulher, partilho aqui mais um artigo que gostei!!
A necessidade de darmos importância ao que é importante
A pilha de pratos vai-se acumulando e surge o pensamento “lavo amanhã”. Quantos de nós já não passámos por este cenário? Não só com tarefas pequenas mas também com assuntos importantes, como a elaboração de um relatório, a visita periódica ao médico, etc. “Fica para amanhã”, “agora tenho pouco tempo/dinheiro/vontade”, são pensamentos comuns a todos nós e que vão fazendo com que as nossas vidas tenham algumas “pontas soltas” que se vão acumulando.
O problema deste acumular é que não só irá dar muito mais trabalho resolver a posteriori como também irá consumir algum do nosso “espaço mental” com preocupações desnecessárias. Quanto mais procrastinamos (termo correcto para este “desporto”) menos controlo temos sobre a nossa vida, menos tempo temos para fazer o que queremos e mais stress sentimos no dia-a-dia.
Então como parar de procrastinar? Um primeiro passo será dar prioridade às tarefas que realmente são importantes e/ou que têm mesmo que ser feitas. Não adianta de nada “rezar” para que os pratos se lavem sozinhos ou “enfiar a cabeça debaixo da terra” à espera que o problema se resolva por ele. Como se costuma dizer “o melhor sítio para encontrar uma mãozinha que a ajude é na extremidade do seu braço”.
Identificadas as tarefas a fazer, um segundo passo prende-se com ganharmos consciência de quando estamos a procrastinar (muitas vezes fazemo-lo sem nos apercebermos). Para isso, é importante identificar as 5 desculpas “clássicas” para se adiarem as coisas:
- Dizer de que estamos muito atarefados e que não temos tempo (se analisar bem trata-se de uma ilusão pois ocupamos muitas vezes o nosso tempo com tarefas “desnecessárias” ou nada urgentes);
- Minimização da importância tarefa, classificando-a como simples de mais e adiando-a consecutivamente. Achamos que a podemos fazer “quando quisermos”;
- Fuga ao desconforto, pois há tarefas que são efectivamente aborrecidas;
- Medo de errar. Permite a desculpa confortável do “eu é que não quis fazer”, em vez da possibilidade de um “eu não fui capaz”;
- Porque sim: a desculpa mais típica do “agora não me apetece/agora estou cansada/agora está de chuva/agora não é momento perfeito”.
Depois de se “apanhar” a procrastinar, o terceiro passo é contrariar essa tendência. Deixo aqui algumas dicas nesse sentido:
- Táctica dos 5 minutos: decidir “experimentar” a tarefa por um curto período de tempo. Muitas vezes ficamos surpreendidos connosco próprios pois quando vamos a dar por isso já a tarefa está terminada;
- Pequenos passos: se a tarefa lhe parecer muito complexa, experimente dividi-la em actividades mais simples, abordando uma de cada vez;
Compromisso público: se partilharmos com outras pessoas os nossos objectivos isso vai-nos fazer estar mais comprometidos em realmente os alcançar.
- Basicamente, o “truque” principal é… começar. Procure ao máximo “deixar de estar ocupada apenas para estar ocupada” e, para as tarefas realmente essenciais, lembre-se que por cada “prato limpo” ficará mais perto de uma “cozinha impecável”.
Agora, está a lembrar-se da tarefa que lhe ocorreu várias vezes enquanto lia este artigo e que lhe tem vindo a ocupar “espaço mental”? Já não tem desculpas para não a ir fazer de seguida. Vai ver como se irá sentir bem no final.
Vasco Gaspar
Psicólogo organizacional, formador e autor
http://www.zorbuddha.org/