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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Quem procura, acha!

Mais um texto da psicóloga Drª Teresa Paula Marques retirado daqui.

Ter alguém constantemente a vigiar-nos os passos não parece ser muito agradável e, quem se sentir valorizado através disso, tem de ponderar seriamente o recurso a um psicólogo.

Construir e manter uma relação de confiança, não é um projecto fácil de concretizar já que actualmente as solicitações são mais que muitas. Existe um leque variado de ofertas, que vão desde a relação mais estruturada até à mais liberal, passando pelos diversos graus de compromisso.
Colorir uma amizade , por exemplo, passou a ser encarado com alguma naturalidade, assim como ter uma relação-base e outras que servem de equilíbrio para a primeira e não a deixam cair em rotina. Face a esta realidade, pode ser tentador resvalar para comportamentos de desconfiança/controle extremo.
Assim, há pessoas que vivem constantemente em alerta máximo. Desde o clássico revistar de bolsos, até à leitura de mensagens SMS do telemóvel do parceiro, passando pelo visionamento do histórico dos sites visitados na Net e pela leitura dos e-mails das amigas/os ... tudo vale quando a desconfiança impera. Mas, como o sábio povo costuma dizer, “quem procura, acha”, ou seja, se nós estivermos atentos, acabaremos sempre por encontrar qualquer coisinha por onde pegar.
Interessante é, também, abordarmos aqui o outro lado da questão, isto é, o da pessoa que é alvo do ciúme. O que se passa é que, com alguma frequência se estabelece uma relação de gato e de rato, em que o rato se sente deveras importante por constituir o foco das atenções do gato.
Realmente, por debaixo dos queixumes de “ele anda sempre a perseguir-me, não me dá sossego”, “ontem quando saí do ginásio o Manel estava dentro do carro a ver com quem é que eu ía”, “vê lá tu ... ele quer saber sempre com quem eu estou ao telemóvel...”... existe um orgulho velado, uma valorização que o narcisismo agradece.
Isto porque se confunde amor com sentimento de posse. Amar alguém pressupõe respeito pelo espaço do outro. Ter alguém constantemente atrás de nós, a vigiar-nos os passos não parece ser muito agradável e, quem se sentir valorizado através disso tem de ponderar seriamente o recurso a um psicólogo.
Uma coisa é certa, ninguém é dono de ninguém nem pode ter a ilusão de conseguir controlar a vida do parceiro. A traição pode ocorrer em qualquer altura do dia, através dos meios em que a criatividade é o único travão. Estar permanentemente em sobressalto não permite desfrutar do momento e pode ser meio-caminho andado para a auto-realização de profecias ou seja, de tanto procurar, um dia acaba MESMO por achar ...

3 comentários:

  1. polarizando: se demonstras ciumes és ciumento, se não demonstras é porque não te interessas! (ou pior, não gostas)

    ..como em tudo na vida (até no surf), o segredo está no equilíbrio.

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  2. Puzz, o ciúme há sempre, quando se gosta, há pessoas que exteriorizam mais, outras que se controlam melhor!! De facto, é mais fácil o equilíbrio no surf, ou mesmo na aviação, quer sejam os meus aviões ou os teus helicópetros, do que nas relações humanas, que são desiquilibradas por natureza!!

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  3. Já agora Puzz, lê o livro fartos de tudo ao trinta!! É fantástico!!

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