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domingo, 27 de junho de 2010

Poemas nas Nuvens XIV

FUSÃO

I
Quando as amoras estão maduras
a menstruação corre no vale
vinda do teu lado. A noite é uma ponte
deitada sobre as margens da cintura:
lugares de xisto onde repousam
sombras de animais.

II
Por vezes os seios crescem-me no teu peito.
Os dias vêm quando vêm os teus lábios
maçã que mordo entre as pernas.
Todo o nosso corpo é flor mútua
escultura que brotou do mesmo chão
imperfeita.

Catarina Nunes de Almeida
(in "Preflorações", Quasi Edições)

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