FUSÃO
I
Quando as amoras estão maduras
a
menstruação corre no vale
vinda do teu lado. A noite é uma ponte
deitada
sobre as margens da cintura:
lugares de xisto onde repousam
sombras
de animais.
II
Por vezes os seios crescem-me no teu peito.
Os
dias vêm quando vêm os teus lábios
maçã que mordo entre as pernas.
Todo
o nosso corpo é flor mútua
escultura que brotou do mesmo chão
imperfeita.
Catarina Nunes de Almeida
(in
"Preflorações", Quasi Edições)
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